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Como montar uma mala de viagens inteligente de verdade

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Uma mala inteligente começa com um armário inteligente. E o fato de o meu próprio armário caber inteirinho em uma única mala de porão facilita demais quando eu monto as minhas malas, mas eu já ajudei muitas mulheres a montarem malas funcionais também.

Por isso, afirmo: a verdade é que com um pouquinho de paciência e as estratégias certas, não há porque sofrer ao fazer isso.

Armário cápsula é o caminho?

Armário enxuto ajuda muito, mas essa história de armário cápsula pode ser uma bela furada.

Ter um armário que funcione pra você e pro seu estilo de vida é o primeiro passo. Não adianta ter 50 opções para usar em determinadas ocasiões que nunca pintam, quando o seu estilo de vida é outro!

Se o seu armário está cheio demais, você nem encontra as opções que precisa e demora muito mais tempo escolhendo entre peças que nem fazem sentido no seu cotidiano. Quem dirá nas suas viagens!

O que não quer dizer que você precisa se jogar nas tais das cápsulas, que viraram moda por aí. Digo isso porque, embora o meu armário seja sucinto, praticamente uma espécie de cápsula, não sou muito favorável a essa técnica. Não do jeito que eu vejo por aí, pelo menos.

Se o termo “armário cápsula” é novo pra você, eu explico: o armário cápsula é uma técnica em que você limita tudo o que tem a um número de peças pré-determinado. Um padrão.

Mas pra resumir a história, um dos problemas é que as pessoas simplesmente vão atrás de uma listinha de “peças tem-que-ter” e trocam o seu armário inteiro por elas, sem questionar se vão funcionar pra si. Se você quiser entender melhor porque essa lista é uma furada e quais os outros pontos que as pessoas precisam considerar ao montar a sua cápsula, dá uma olhada neste vídeo aqui:

Arrumar malas não é um bicho de sete cabeças

Se o seu armário já tá redondinho, já dá pra pular direto pro planejamento da mala em si. O planejamento é importante, mas ele não deve te limitar! Especialmente se você estiver viajando de férias.

Eu sou a louca das tabelas e me organizo melhor escrevendo, então eu gosto de detalhar mais ou menos cada etapa da viagem e os passeios que vão rolar pra depois partir para a pesquisa. Considero 3 informações importantes aqui: o clima previsto, a cultura do lugar e o tipo de passeio.

1. Considere o clima ao arrumar sua mala de viagem

O clima é importante por motivos óbvios, mas eu acho importante levar uma troca de roupas caso a temperatura resolva mudar drasticamente ou São Pedro resolva abrir espaço para aquele sol. Então, para malas de inverno eu sempre sugiro uma bermuda ou um vestidinho mais leve (que pode ser adaptado, inclusive) e para malas de verão, um casaquinho e uma calça.

2. Adapte sua mala à cultura do seu destino

A cultura do lugar para onde você vai ajuda a entender o tipo de roupa que é esperado. As pessoas não se vestem do mesmo jeito no Rio e em São Paulo, então esse é uma das pesquisas que eu faço para mim e para clientes.

Aqui, é importante pesquisar o macro (as cidades) e o micro (locais mais específicos). Em algumas cidades, é possível transitar com qualquer roupa, mas um determinado passeio pede uma peça específica – como a visita a um templo, por exemplo. Ou se você está afim de visitar aquele bar especial, mas está na dúvida do que a galera veste, esse tipo de pesquisa também ajuda a planejar looks para uma ocasião especial.

Pra ter certeza, eu também lanço mão da busca por geolocalização do insta, dica que eu dei nesse outro post aqui – e que é super aplicável! Eu sei que o título diz de entrevista de emprego, mas acredita, essa dica vai mudar toda a sua vida!

3. Escolha a quantidade de peças certas para a sua viagem

Por último, eu considero o cronograma de passeios para entender as necessidades práticas das roupas (nível de arrumação, nível de conforto) e quantas trocas de roupa serão necessárias para cada dia.

A partir daí eu calculo a quantidade de peças. Gosto de pensar em 2 looks por dia, em média, mas com peças que possam ser repetidas entre si. Então para uma cliente que viajou por 2 semanas, por exemplo, listamos apenas 6 calças, 14 blusas e 3 vestidos – além de um colete, um casaco mais pesado e alguns tricôs que serviram como sobreposição.

Planejar cada look da mala: uma furada?

Uma estratégia bem difundida é a de separar o look que vão usar em cada passeio da viagem e já viajar com a mala arrumada por looks. Mas desaconselho esse tipo de estratégia porque ela exige um número muito maior de roupas do que o necessário, é pouco flexível e dá muito mais trabalho quando os imprevistos surgem.

Particularmente, detesto carregar coisas. Então quanto mais leve e mais prática for a mala, melhor!

Além disso, se as suas vontades mudarem, o humor, o clima ou algum programa específico for substituído no roteiro, vai dar mais trabalho para rever o planejamento.

Por isso, prefiro pensar na quantidade de geral de peças e o tipo que elas precisam ser e coordenar entre si, sem limitar demais o planejamento ou ter que esquentar muito a cabeça.

Mala de viagens inteligente precisa ser neutra?

Eu não acredito também nessa história de que a mala de viagens tem que ser toda neutra – corzona e estampas estão liberadas se isso for da sua personalidade!

LEIA TAMBÉM: OS ERROS QUE VOCÊ COMETE AO ARRUMAR SUA MALA DE VIAGENS

Nesse post do meu outro site, contei como é possível ter armário versátil sem se limitar às peças neutras.

Quando nos vestimos, expressamos a nossa essência para o mundo. A nossa imagem conta histórias sobre nós – quer a gente queira ou controle, quer não. Para além disso, a nossa imagem conta essas mesmas histórias pra gente também, e por isso é tão perigoso abrir mão da sua personalidade por um uniforme genérico.

Escolhendo a roupa do vôo e a mala de mão

Carregar um kit de sobrevivência básico, com roupa íntima e pelo menos uma troca de roupa – tanto para o caso de problemas com a mala despachada, quanto para uma mudança brusca de temperatura no vôo ou na chegada – pode fazer toda a diferença na sua viagem. Na mala de mão, eu também costumo colocar os acessórios mais importantes ou delicados e o casaco mais pesado, se estiver muito frio.

Botas e tênis ocupam muito espaço, então em uma viagem de carro é uma boa estratégia usar o calçado maior durante o trajeto, mas nem sempre isso funciona para aeroportos em que você precisa ficar descalça para passar pelo raio-X. Acredite, se der algum pepino com o seu vôo e você tiver que correr para embarcar, não vai querer correr pelo aeroporto inteiro com os tênis na mão – been there, done that!

Nesse caso, faz mais sentido usar o calçado grande que seja mais fácil de colocar e tirar. Até pro caso de você gostar de ficar descansa durante o vôo e resolver ir ao banheiro…

Já a ideia de vestir as roupas mais pesadas durante o trajeto, como a jaqueta de couro e a calça jeans, só é boa até a segunda página. Em uma viagem longa, essas peças podem se tornar extremamente desconfortáveis, especialmente se você é do tipo que incha muito durante os vôos.

Deu pra perceber que com um pouquinho de carinho e planejamento, mesmo a parte de fazer as malas pode ser extremamente prazerosa, né.

Você não precisa ser um control freak do planejamento para fazer uma mala bacana, só aproveitar tudo aquilo que você já havia pensado para a sua viagem e adaptar a sua mala a ela!

Imagem em destaque: Ross Sneddon via Unsplash

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