Top News

Google Maps pra quem sofre de FOMO ou prefere viagens mais espontâneas

3
Share

Você é do tipo de viajante que acompanha vários grupos e sites, salva vários posts sobre lugares para visitar um dia, mas nunca se lembra deles quando finalmente pinta uma passagem barata? Esse post é pra você!

Muita gente pensa no Google Maps para organizar viagens mais detalhadas ou como um inimigo da espontaneidade, mas pode ser diferente. Especialmente se você tem preguicinha de montar o roteiro. Ou sofre de memória ruim no dia-a-dia, caindo sempre nos mesmos lugares.

Confesso: eu tenho os 2 problemas. Modéstia à parte, organizo roteiros muito bem (até por causa do meu trabalho), mas não amo fazer isso em viagens. Também sofro de FOMO (Fear of Missing Out) e sempre acho que se detalhar demais, vou deixar de lado algum ponto importante.

O mais gostoso das viagens, pra mim, é sair meio sem rumo e descobrir como a vida acontece entre cada espaço.

Viagens inesperadas ou mais espontâneas

Quando a minha amiga Jaqueline Cantagalli, que sempre tem dicas incríveis de passeios e lugares pra comer, me contou como ela usava o Google Maps pra se organizar com tranquilidade, centralizando ali todos os lugares que gostaria de visitar porque viu em um grupo, post ou algo do genero, fez todo o sentido.

Por isso, acabei procurando o meu jeitinho de organizar o Google Maps para facilitar a minha vida viajante também. Isso acabou melhorando até a forma como eu aproveito o lugar em que vivo, aliás.

Antes, eu deixava posts salvos no instagram e em uma pasta do Pinterest, mas eu nunca lembrava de voltar neles quando precisava. Eu ainda salvo quando algo aparece no meu feed, mas tiro um tempo pra “processar” as informações e categorizar de acordo no maps.

Se vejo um post sobre 34 lugares para comer em Paris e faço questão mesmo de conhecer 2, já coloco no meu maps na etiqueta devida. Se amanhã, por acaso, eu for parar em Paris do nada, já sei algumas coisas que quero fazer por lá ou onde comer coisinhas gostosas.

Organizando os lugares guardados

Em “Meus Locais”>”Guardados”, você encontra por padrão as categorias “Marcados com uma estrela”, “Favoritos” e “Quero ir”. Você pode criar outras como bem entender, mas os ícones para estas não são customizáveis.

Em “Favoritos” eu coloco os lugares que já fui e faço questão de voltar. Em “Quero Ir”, os que eu pretendo conhecer na primeira oportunidade. A estrela eu deixo livre e tenho usado mais para me situar quando vou montar um roteiro só com alguns pontos para visitar em um dia específico e quero destacar para além dos corações e bandeirinhas verdes.

Além disso, mantenho categorias específicas para Moda, Lojinhas diversas, Bares, Pontos Turísticos, Museus que me interessam mais, Cafés, Comer bem e Comer barato. Tudo bem espalhado pelo mundo!

Essas etiquetas são usadas sozinhas ou junto com as outras 3 principais. Tem lugar que eu gostaria de ir, mas não faço tanta questão, então eu deixo só nessa categoria e tem lugar que eu faço questão de ir e coloco as 2 marcações. Mesmo porque, até onde eu sei, só as bandeiras, estrelas e corações ficam marcados no mapa.

um parênteses sobre as minhas escolhas ao organizar o google maps

Isso pode dar alguma aflição pra quem gosta de ver os mapas limpos ou prefere se planejar pontualmente? Pode.

Mas eu gosto de ter os lugares visíveis e ser lembrada deles quando eu não esperava.

Desta forma, se eu estiver passeando no Porto, por exemplo, e tiver um tempo para um café, eu puxo o celular e vejo que lugares que eu já tinha vontade de ir ou que fui e adorei estão próximos. Ou então se eu estiver planejando a rota para um ponto e o Maps me lembrar que no caminho tem aquela lojinha que eu gostaria muito de conhecer, eu já me organizo de acordo…

o que acontece com o “quero ir” e com o “lugares estrelados” do google maps

Depois que eu já fui pra algum lugar, ele sai da categoria “Quero Ir”, obviamente, e fica só na sua categoria real (comida, moda, loja, museu, etc). Se eu gostar mesmo dos lugares, marco como “Favorito”.

As estrelas, que eu uso pontualmente, eu limpo depois do passeio e só volto a usar em outra situação em que preciso planejar o roteiro antes.

Usando mapas específicos (Meus Mapas)

Além das etiquetas, o Google tem aquela função mais antiga de criar os “Meu Mapas”. Ela é ótima pra quem não quer ver o mapa cheio de marcações, mas eu quase não uso pra me organizar. Exceto em 2 casos:

1 criar roteiros mais detalhados, com múltiplas paradas e meios de transporte (especialmente se compartilhar com alguém)

Por exemplo, se eu quiser organizar muitos passeios em pontos diferentes da cidade em um mesmo dia ou semana, eu marco todos nesse mapa, coloco o ícone de acordo com o assunto (comida, compras, divertimento, ponto turístico, etc) e saio tranquila com a rota já meio calculada.

Se estiver planejando o roteiro com o marido, cada um fica responsável por pesquisar e colocar os seus passeios de preferência e depois a gente se ajeita com base nisso.

2 organizar informações relacionadas com o meu trabalho

Faz parte do meu trabalho monitorar lojas, brechós, showroons e afins com tantos detalhes.

Então eu tenho um mapa só para lojas de roupas, que são catalogadas no mapa de acordo com uma cor. Eu tenho uma cor para marcas autorais, outra para outlets, outra para brechós, outra para acessórios, eco, multimarcas e a lista segue. Esses eu separava por cidade, mas estou pensando em centalizar também.

Como esse mapa é muito completo e eu só preciso desse nível de informação pontualmente, esses ícones que me atrapalhariam no dia-a-dia. Então, deixo apenas as lojas mais expressivas nas categorias de Moda, Quero ir e Favoritos.

por que eu parei de usar o My Maps?

Eu tinha criado outros mapas para restaurantes e passeios, também separados de acordo com o tipo, mas eu nunca conseguia sobrepor esses mapas e acessar a informação de um no outro se já estivesse na rua e só quisesse identificar um local perto sem ter que ficar mexendo em mapas diferentes. Existe a função de camadas, mas como eu não gosto de ter mapas por cidades/países e sim por categorias (lojas, restaurantes, etc.), isso acabava me atrabalhando.

Outro ponto negativo é que ele não funciona bem no modo offline e não tem uma usabilidade tão boa. Resultado: resolvi transferi tudo que não era de trabalho para as categorias dos “locais guardados”.

Eu ainda adoro o My Maps porque eu posso escolher os ícones e me localizar por eles no mapa, melhor do que por estrela, bandeirinha verde e coração. O problema é que eu não consigo ver as marcações de um mapa sem abri-lo especificamente.

Também não faço ideia do motivo pelo qual o Google não permite mudar o ícone dos lugares guardados, pra que eu volte a catalogar mais as coisas como eu fazia no My Maps, mas essa é a função que mais me faz falta.

Descobrindo lugares legais no diretório do “My Maps”

Além da função “explorar” do aplicativo, que te recomenda lugares por perto e que tenham a ver com o seu histórico, o Google My Maps do navegador tem um diretório inteiro de mapas públicos separados por cidades, temas e interesses.

Por exemplo, tem mapas específicos pra quem tem interesse no Pé Grande, UFO e afins. Tem mapa de bares de New Orleans, de ilhas remotas pelo mundo, pistas de ski pela América do Norte e por aí vai. Pode ser bem legal dar uma olhada nesse diretório pra descobrir pontos menos óbvios antes de uma viagem.

Aliás, esse diretório é útil mesmo pra quem não tem viagem programada mas quer aprender mais sobre história e geografia. Por lá, você também vai encontrar mapas informativos, como por exemplo um mapa sobre a Guerra Civil Americana, com datas e locais das batalhas.

Outras funções úteis do Google Maps

Se você é ligada em tecnologia, essas não serão grandes novidades – mas eu não ia muito além da criação de rota até pouco tempo atrás. Hoje uso várias e me ajudam bastante.

Antes de sair de casa, por exemplo, vale baixar um mapa offline dos lugares para os quais você está indo. Mesmo que você conte com um pacote de internet, o sinal pode ser ruim e o mapa offline vai garantir que você não se perca – além de economizar dados!

Se você tá muito afim de conhecer um lugar, mas odeia ficar na fila, vale arrastar a tela até que ela mostre mais informações sobre o local e descobrir quais são os horários de pico. Eu odeio perder tempo em espera e também não sou a maior fã de lugares cheios e barulhentos demais, então essa é uma das minhas funções favoritas.

Já faz mais de dez anos que eu não dirijo e a minha memória é bem ruizinha para algumas coisas.. mas eu tento não ser uma copilota/passageira horrível. Por isso, também achei excelente quando descobri que agora o Google Maps possui uma opção de parking.

Essa função é mais completa em alguns lugares, permitindo que você adicione detalhes tipo o andar em que parou e o número da vaga, tempo do parquímetro e outras informações importantes – mas só de ter a etiquetinha lembrando em que rua ficou o carro, é uma mão na roda. Sempre existe a alternativa de fotografar a placa com o nome da rua, mas se a gente puder apertar só um botão de calcular a rota a pé até o carro, melhor ainda, né?

As rotas com múltiplas paradas não funcionam só no My Maps. Essa função é bem legal pra quando você vai passar por poucos lugares, mas ainda quer se organizar, ou quando vai pegar pessoas em lugares diferentes.

Você sabia que existem mapas indoor no Google Maps? Pois é!

Eu descobri por acaso, anos atrás. Tentava descobrir o melhor caminho do Shopping Vila Olímpia, em São Paulo, para algum ponto da região em que tinha um compromisso, coloquei o endereço enquanto ainda estava do lado de dentro e fui surpreendida por um mapa do shopping, me orientando inclusive sobre qual escada rolante pegar para encontrar a saída mais perto do meu destino.

Essa é uma mudança que está sendo implementada bem gradualmente, mas já existe em vários aeroportos, shoppings e outros estabelecimentos ao redor do mundo. Na área de suporte do Google, é possível ver uma lista de países que já tem informações desse tipo.

Como lidar com a indecisão na hora de montar o roteiro (dica bônus!)

Essa não é uma dica de Google Maps especificamente, mas é uma dica útil pra decidir o que colocar no seu mapa e em qual categoria.

Lembra que eu falei que tinha dificuldade de lidar com a indecisão na hora de planejar um roteiro? Já faz um tempo que tenho pensado muito em como reduzir essa ansiedade.

Uma das coisas que me ajudou a priorizar é me perguntar: o que eu só consigo fazer ou consumir nesse lugar?

Se eu tenho recursos escassos (grana, tempo, energia), vou querer otimizá-los como puder. Começar pelas oportunidades reais que só aquele lugar vai me oferecer ajuda um bocado a filtrar o que é importante para cada viagem.

O meu tipo de viagem: um alerta

Quem escreve este post é alguém que já passou algumas temporadas em NY, sempre entre 1 e 2 meses, mas nunca animou de subir no Top of The Rock, Empire State Building ou na Estátua da Liberdade. Pois é. E não acho que deixei de aproveitar a cidade por conta disso – embora eu saiba que parece um tanto bizarro ter pulado esses pontos.

Além disso, já faz anos que eu planejei uma viagem com calma, comprei passagem com antecedência e fiquei namorando guias de lugares pra ir. Minhas últimas viagens foram decididas meio no sopetão e eu mal tive tempo de arrumar a mala, que dirá pensar em roteirinhos. Se você tem tempo e curte o processo, quer otimizar ainda mais as informações que você deixou no seu mapa, te recomendo demais seguir as dicas do post do Sunday Cooks pra isso – foi o melhor post de roteiros detalhados no Google Maps que já li até hoje. O Fred Marvila inclusive ensina a configurar o app.

Imagem: henry perks via Unsplash

Related Posts
3 Comments
Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *